Esta semana, no dia 27/02/2023, o primeiro satélite brasileiro totalmente desenvolvido em solo nacional completou 30 anos em órbita! O SCD-1 (Satélite de Coleta de Dados 1), foi lançado em 1993, tem 1 metro de altura e pesa 115kg. Ele foi colocado a uma altura de 750km e, apesar de ter sido projetado para captar dados por apenas 1 ano, o SCD-1 ainda permanece retransmitindo dados coletados.
O que sabemos sobre o SCD-1, o primeiro satélite brasileiro?
O objetivo do SCD-1 é realizar a coleta de dados ambientais, meteorológicos e climáticos em tempo real. O SCD-1 é capaz de coletar informações sobre temperatura, pressão atmosférica, umidade, velocidade do vento e outros dados relacionados ao clima e ao meio ambiente.
Este satélite é parte de um programa de coleta de dados ambientais chamado Programa SCD, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em parceria com outras instituições brasileiras e internacionais. O programa SCD inclui vários satélites de coleta de dados para monitoramento ambiental em órbita terrestre, cada um projetado para coletar dados específicos.
Atualmente, após anos de funcionamento contínuo, as baterias do SCD-1, primeiro satélite brasileiro, já não conseguem mais armazenar energia. Assim, o satélite só funciona levantando dados para monitoramento ambiental quando é iluminado pelo sol.
Mais tarde, em 2003, o segundo Satélite de Coleta de Dados, o SCD-2 foi lançado. O SCD-2 possui uma órbita circular sincronizada com o Sol a uma altitude de cerca de 800 km. Ele é equipado com uma antena para coletar e transmitir dados para estações terrestres, que os recebem e processam para análise e utilização.
Para acompanhar o lançamento dos satélites, o INPE construiu bases para receber as transmissões dos satélites. Assim, contamos com o Laboratório de Integração e Testes e o Centro de Rastreio e Controle de Satélites. Uma das estações está localizada em Cuiabá, e outra localizada em Alcântara.
Onde são utilizados os dados coletados pelos satélites?
Como dito antes, os dados coletados pelo SCD-1 e SCD-2 são utilizados por diversas áreas que trabalham, de alguma forma, realizando o monitoramento ambiental. Confira:
- Previsão do tempo: os dados do SCD-1 são usados para prever o tempo, monitorar tempestades, prever ciclones e outros eventos climáticos.
- Monitoramento ambiental: estes dados ajudam a monitorar a qualidade do ar, a temperatura da superfície do mar, o movimento de massas de ar, entre outros.
- Agricultura: são usados para prever a quantidade de chuva, temperatura e outros fatores climáticos, ajudando os agricultores a planejar a época de plantio e colheita.
- Pesquisa científica: aqui, os dados do SCD-1 são usados em pesquisas científicas sobre o clima, o meio ambiente e a atmosfera terrestre.
- Gestão de recursos naturais: nesta área, os dados do SCD-1 são usados para monitorar a mudança climática, o derretimento das geleiras, o nível do mar, entre outros, ajudando a orientar políticas públicas para a gestão de recursos naturais e proteção ambiental.
Ou seja, mesmo após 30 anos de lançado, o SCD-1 continua sendo de grande importância para o INPE. Pois, ele ainda entrega vários dados importantíssimos no monitoramento ambiental. Algo que, com toda certeza, nos auxilia no dia-a-dia. Quem não utiliza da previsão do tempo para se programar?
Mas, não é só isso. Mesmo o SCD-2, que foi lançado a 20 anos atrás, faz um trabalho muito importante também, formando uma bela dupla de monitores. Com os dois enviando dados, é mais fácil garantir a precisão das análises, e por isso essa equipe é muito importante!
Em outras palavras, nós brasileiros temos um motivo para comemorar já que nosso grande aliado, o SCD-1 está fazendo mais um aniversário e segue sendo importante para as nossas pesquisas. E, graças a ele e ao seu irmão mais novo, que podemos expandir e avançar na gestão de recursos naturais, no monitoramento ambiental, e até em pesquisas atmosféricas.
Então, feliz aniversário SCD-1 e muito obrigada por tudo!
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